domingo, 16 de outubro de 2016

Evangélicos: Na eleição afundaram juntos!

Evangélicos: Na eleição, o autêntico "abraço de afogados"


A tão decantada e propalada população evangélica de Araçatuba, estimada em aproximadamente 40 mil habitantes, parece ter fechado os ouvidos aos seus pastores, muitos dos quais, oferecem apoio eleitoral aos eventuais candidatos em troca de favores e benesses pessoais. Outros se atrevem a candidatar-se a cargos eletivos, na ânsia de conseguirem obter prestígio, poder e usar a tribuna do legislativo como púlpito e para proselitismo público de suas idéias religiosas. Alguns nomes alardeiam existir uma frente evangélica capaz de eleger nomes para a vereança. O nome do bispo Edigilson foi exaustivamente oferecido e propalado para ser o vice prefeito na chapa com Cido Sério em 2012 sendo preterido e Carlos Hernandes foi mantido por Cido Sério. Isso até provocou um desentendimento com o vereador Nava que inclusive afastou-se do grupo, da bancada de apoio do prefeito na época. Talvez Cido Sério tivesse razão, pois o bispo Edigilson não parece ter essa força, esse apoio político. Candidato agora a vereador obteve insignificantes 1683 votos que não lhe garantiu a eleição. A tal frente evangélica, antes paparicava o prefeito Cido Sério que todos os anos participava da encenação da entrega da chave da cidade para Cristo, este ano, bandeou-se de mala e cuia para o lado do adversário Dilador Borges criando ma crise de identidade que culminou com o afastamento do então presidente do PSC, Josué Galdino.

Por conta desse apoio político dos evangélicos, Josué Galdino ganhou cargo comissionado na administração de Cido Sério, assim como outros conhecidos nomes desse segmento evangélico que, usam a força, a influência sobre os fiéis para obterem essas benesses, esses favores pessoais. Contudo, este ano, os números mostraram que deus não está nada satisfeito com as atitudes de muitos de seus pastores na condução do rebanho. Pelo menos 15 nomes ligados às igrejas ou movimentos evangélicos disputaram a vereança e naufragaram juntos num autêntico “abraço de afogados”. Tangidos por inveja, ciúme entre eles, a invés de unirem forças em torno de um ou poucos nomes, lançaram-se na peleja eleitoral, sucumbindo todos, numa imensa e fragorosa derrota. O tais votos evangélicos, somaram-se entre 15 candidatos, em torno de 8.672 sufrágios. Para um universo de 40 mil votos, foi decepcionante o resultado das eleições de 2016 para os evangélicos.

Nunca é demais lembrar que vivemos num Estado laico. O artigo 19 da Constituição Federal estabelece claramente os limites impostos entre a atividade pública e política da ação religiosa. A mesma Carta estabelece a liberdade de crença religiosa e não nos impõe uma religião oficial como já ocorrera em cartas constitucionais anteriores. Entretanto, alguns políticos mal intencionados, com objetivos escusos e inconfessáveis, por todo o Brasil tentam impor, empurrar goela abaixo do povo em geral, uma mistura entre a política e a religião. Não deveria nem sequer constar da Constituição, aquele dispensável preâmbulo que diz “... sob a proteção de Deus...” que fere a laicidade do Estado. Como também deveriam abolir, erradicar de repartições públicas, as imagens santas e os crucifixos. Aqui em Araçatuba os vereadores ainda tiveram a coragem, o desplante de se ler um trecho da bíblia ao inicio de cada sessão! Um absurdo inominável, execrável, pois ali é uma casa de leis e não de orações!

Enfim, o resultado eleitoral mostra certo amadurecimento desse segmento evangélico, em não serem os fiéis “vendidos”, oferecidos como moeda de troca de votos por benesses políticas que eventualmente um prefeito ou executivo qualquer possa oferecer em decorrência do resultado eleitoral vantajoso. As pessoas vão às igrejas em busca de conforto espiritual, paz, meditação, oração e do serviço religioso oferecido. Os cidadãos são livres para escolherem esta ou aquela confissão religiosa não sendo ético nem admissível serem estas pessoas tangidas como gado, levadas, orientadas a votarem neste ou naquele candidato, segundo a vontade, o desejo do respectivo pastor ou líder religioso. Os fracos números alcançados pelos candidatos tidos como evangélicos, demonstram que os seus seguidores reprovam essas profanas ligações entre as tais igrejas e partidos ou candidatos políticos. Mostram uma clara rejeição a tal frente evangélica composta em sua maioria por vários partidos nanicos, criados única e exclusivamente com a finalidade de se pavimentar uma execrável estrada entre a religião e a política.   

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